ROBERTO
TEIXEIRA DE LIMA , natural
de Mossoró-RN, nascido em 1952,com 72 anos de idade. filho do senhor MANOEL LIMA, conhecido
artisticamente como "ROBERTO CANTOR", trabalhou muito tempo no grupo
Terríveis, onde atuou desde cantor a diretor musical. Hoje atua em carreira
solo, depois de 20 anos trabalhando com os Terríveis. Nesta entrevista
exclusiva concedida a O Mossoroense, o cantor falou sobre aspectos
interessantes de sua carreira, como a participação no disco da banda Cavaleiros
do Forró, e ainda em vários jingles de campanhas políticas, o que o levou a
disputar duas eleições como candidato a vereador, tendo quatro mil votos em
cada um dos pleitos. Mesmo assim, deixou bem claro que não pretende repetir.
"Eu senti que a oportunidade apareceu. Era um trabalho
que até então eu não conhecia, porque eu fiz um trabalho com os Cavaleiros do
Forró e foi aquele estouro. Serviu de ponte para eu fazer tudo que sempre
sonhei, que é a carreira solo", comenta entusiasmado com a sua carreira
com a banda Forrozão Meus Amores, que deverá lançar seu primeiro CD em setembro
O MOSSOROENSE – Como foi o início da sua
carreira como cantor?
ROBERTO CANTOR – Eu comecei aqui em Mossoró,
em 1969, quando eu participei do 1º Festival Estudantil, promovido pela Casa do
Estudante de Mossoró.
OM – Antes disso, você não havia
participado de nenhuma experiência como artista?
RC – Não. Até então, eu não havia
participado de shows nenhum...
OM – Nem tinha intenção?
RC – Eu não tinha nenhuma intenção. Eu
sempre cantava informalmente, entre amigos, num barzinho.
OM – E como você foi descoberto
musicalmente?
RC – O meu amigo Raimundo Putim,
que também é músico, foi quem me indicou para o festival estudantil, e eu
interpretei uma música chamada "Mendigo de Feira". As quatro
primeiras colocadas gravariam um compacto duplo em Recife. E eu tive a
felicidade de sair de Mossoró pela primeira vez, entrar em um estúdio. Foi
então que eu gravei a canção "Mendigo de Feira", que marcou a minha
vida e foi o pontapé inicial para a minha carreira artística.
OM – E depois que você participou
desta coletânea?
RC – Nós montamos uma banda.
OM – Quem?
RC – Eu, Raimundo Putim, José
Arnoud, Chico "Batera", Canindé.
OM – Como era o nome da banda?
RC – Começou como Os Vikings e depois
passou a ser D Mais. Logo em seguida, a banda acabou e eu passei um tempo como
os Bárbaros. Depois veio Paulo Godeiro e o Super Som 2001 e nós passamos três
anos fazendo som na antiga boate Snobe.
OM – Como você chegou aos
Terríveis?
RC – Logo após esse período em que
eu tocava no Snobe, eu recebi o convite para tocar no conjunto Impacto 5, de
Natal, que tinha acabado de lançar um disco pela CBS, seguindo a linha do
Renato e Seus Blue Caps. Na época, chegou realmente a ameaçar o sucesso deles.
OM – E como foi essa experiência?
RC – Para mim, foi um sonho. Eu cheguei em Natal em
1964, sem experiência, mas tive a sorte de pegar uma turma bastante
profissional, musicalmente falando. De repente, eu já estava nos estúdios da
CBS gravando a minha segunda música.
OM – Você passou quanto tempo no
Impacto 5?
RC – Só durou nove meses. Então,
eu retornei para Mossoró, de volta para o mesmo conjunto, no caso o Super Som
2001. Daqui, fomos fazer uma excursão, que durou um ano e oito meses rodando
toda a Bahia. Isso em 1976, quando eu retornei para o Impacto 5, onde fiquei
até 1978, ano em que fui pela primeira vez para os Terríveis.
OM – Ficou por quanto tempo?
RC – Fiquei de 1978 até 1985. De
85 em diante, eu voltei para o Impacto 5 e fiquei até 89, indo até o dia 18 de
julho de 2002. Nesse período eu adquiri muita experiência, andei por muitas
estradas, conheci muitos amigos. As pessoas sempre reconheceram nosso trabalho,
Deus sempre me iluminou, me deu muita saúde e, acima de tudo, a força de
vontade que eu sempre tive para com o meu trabalho. Eu me orgulho muito disso.
A minha família me deu sempre força, a minha esposa, meus filhos, eu agradeço
muito a Deus o apoio que eles sempre me deram.
OM – E como foi o seu trabalho com
os Cavaleiros do Forró?
RC – Essa proposta apareceu para eu
fazer uma participação como intérprete, sem compromisso. Eles estavam com o
disco pronto faltando apenas gravar a voz. Eles queriam uma voz forte e que se
identificasse com o estilo de forró que está rodando agora, como Brasas do
Forró e Toca do Vale. Eu fiz o teste e passei. Eu gravei treze músicas do CD
dos Cavaleiros, que até então não existiam. Eu já estava pendendo para o lado
do forró há muito tempo, mas não tinha um estilo próprio. Os Cavaleiros veio
apenas confirmar. Como experiência, as pessoas adoraram e aprovaram o estilo e
foi um sucesso total. Tanto que até hoje a música "Se Réie Para Lá" é
um sucesso.
OM – Por que você não continuou na
banda?
RC – Eu não fiquei na banda porque
eu ainda estava nos Terríveis. Participei do trabalho como experiência, que
para mim foi muito válido porque serviu de ponte para o trabalho que eu venho
fazendo. Eu deixei os Terríveis e montei a banda Forrozão Meus Amores, e montei
a banda Meus Amores para fazer os trabalhos da campanha política de Larissa e
Sandra Rosado, mas a característica é a mesma.
OM – E como será o CD?
RC – O trabalho virá com uma composição chamada "O
Troco", de minha autoria, que é uma resposta para o "Se Réie Para
Lá", de minha autoria. Graças a Deus, está sendo bem aceito e espero
contar com o reconhecimento do povão.
OM – Você já compôs muitos jingles para
campanhas políticas?
RC – Muitos! Eu comecei a trabalhar em política desde
1974. Em 85, eu trabalhei para Garibaldi Filho, para prefeito de Natal. Fiz a
campanha de Geraldo Melo para o governo do Estado em 1986 com o grupo
Terríveis. Em 88, eu fiz Natal, quando a disputa foi Henrique e Wilma, e daí
por diante. Foram tantos jingles que já perdi até a conta.
OM – E os jingles deram sorte para
os candidatos?
RC – Sempre! O senador Geraldo Melo sempre me chamou de
pé quente. Garibaldi Filho também se elegeu. Wilma Maia, quando eu trabalhei,
ganhou. A perspectiva agora é eleger Sandra e Larissa, que, pelo que eu
entendo, será uma das mais bem votadas.
OM – Desses jingles, qual o mais
famoso?
RC – O Tamborete de Geraldo Melo é uma referência, que
tem um refrão que diz: "Sopra um vento forte no Rio Grande do
Norte...", foi uma música que marcou muito e até hoje as pessoas cantam.
OM – Qual o conselho que você dá
para o artista que está iniciando agora?
RC – Muita humildade, serenidade
acima de tudo e respeito para com o público. Em toda profissão, você tem que
gostar do que faz. Nós vivemos de opinião pública. Além de ser um bom
profissional, você tem que saber lidar com as pessoas e respeitá-las, porque
elas estão ali para comprar o seu disco, para ouvir você cantar. Respeito não
se compra, se conquista.
OM – O espaço está aberto para
você deixar a sua mensagem final.
RC – Eu agradeço a você, Luís
Juetê, e a todos que fazem a FM 93 e ao jornal O Mossoroense. Até agora, eu
tenho sido abençoado por Deus, porque tudo que eu imaginei do início do ano
para cá tem acontecido comigo nos últimos três meses. Nada melhor do que
recomeçar na cidade onde eu iniciei a minha carreira.
FONTE - MENDESPEREIRA.BLOGSPOT.COM